A campanha internacional Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio ganha força no Brasil, com um chamado à ação para salvar vidas e combater o estigma
(Foto: Divulgação)
Desde 2013, quando Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), trouxe destaque nacional à campanha internacional Setembro Amarelo, o Brasil tem se engajado ativamente na conscientização e prevenção ao suicídio. Em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a ABP tem promovido ações ao longo de todo o ano, com foco especial no mês de setembro. Em 2024, o lema “Se precisar, peça ajuda!” reflete a urgência e a importância de buscar apoio em momentos de crise, além de incentivar a solidariedade coletiva para enfrentar esse grave problema de saúde pública.
O suicídio é uma triste realidade que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil suicídios foram registrados em 2019, embora o número real possa ultrapassar um milhão devido à subnotificação. No Brasil, cerca de 14 mil vidas são perdidas anualmente, o que representa uma média de 38 suicídios por dia. Esses números alarmantes são um forte lembrete da necessidade de estratégias eficazes de prevenção e de uma rede de apoio acessível a todos.
Embora a taxa global de suicídios esteja em declínio, as Américas seguem na contramão, com índices crescentes. No Brasil, por exemplo, as taxas de suicídio entre homens são significativamente mais altas, com 12,6 mortes por 100 mil habitantes, em comparação com 5,4 mortes por 100 mil entre as mulheres. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos. Esses números demonstram a necessidade urgente de ações preventivas e políticas públicas direcionadas.
Praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a doenças mentais, muitas vezes não diagnosticadas ou tratadas de maneira inadequada. Isso significa que a maioria das vidas perdidas poderia ter sido salva com o acesso a cuidados psiquiátricos de qualidade e informações corretas. A campanha Setembro Amarelo busca justamente romper o estigma em torno da saúde mental, incentivando as pessoas a buscarem ajuda e promovendo o diálogo sobre o suicídio de maneira aberta e sem tabus.
A campanha Setembro Amarelo 2024 reforça a mensagem de que todos nós podemos desempenhar um papel crucial na prevenção do suicídio. É fundamental estar atento aos sinais de alerta em pessoas próximas, oferecer apoio sem julgamentos e, principalmente, incentivar a busca por ajuda profissional. Mostrar empatia, ouvir ativamente e encaminhar essas pessoas a um médico psiquiatra são passos essenciais para salvar vidas.
O suicídio é um problema complexo que afeta pessoas de todas as idades, gêneros e origens. Apesar de algumas nações terem implementado estratégias nacionais de prevenção ao suicídio, apenas 38 países têm uma política robusta nesse sentido. Isso ressalta a necessidade de um esforço global mais consistente e coordenado para reduzir as taxas de suicídio e salvar vidas.
O Setembro Amarelo 2024 é mais uma oportunidade para reafirmarmos o valor da vida e a importância de apoiar uns aos outros em momentos difíceis. Se precisar, peça ajuda. Essa é a mensagem que todos nós devemos levar adiante, não apenas em setembro, mas durante todo o ano.
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