O escritor Christopher Farnsworth acusa a Meta de utilizar ilegalmente obras no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial
(Foto: Divulgação)
A Meta está envolvida em mais um processo judicial por alegado uso indevido de obras literárias no treinamento de seus modelos de inteligência artificial. O romancista Christopher Farnsworth entrou com uma ação nos Estados Unidos nesta quarta-feira (2), acusando a empresa de Mark Zuckerberg de utilizar “milhares de livros pirateados” sem a devida autorização para alimentar o modelo de linguagem Llama, que impulsiona suas mais recentes ferramentas de IA generativa.
Segundo informações da Reuters, a Meta teria se baseado em um banco de dados com aproximadamente 800 GB de conteúdo literário, incluindo obras do autor, para treinar seus chatbots a responder com maior precisão às solicitações dos usuários. Esse acervo, intitulado Books3, teria sido obtido ilegalmente, de acordo com Farnsworth, que afirma que a empresa não pagou pelos direitos de uso do material.
(Foto: Divulgação)
Farnsworth, conhecido por títulos como Flashmob, Killfile e The President’s Vampire, exige uma indenização da Meta, cujo valor ainda não foi divulgado, além de pedir que a empresa interrompa o uso de seus livros imediatamente. Embora o autor não saiba a origem exata das obras incluídas na base de dados, ele sugere que a Meta tenha acessado e utilizado esse material sem qualquer compensação aos autores ou detentores dos direitos autorais.
Esse é apenas mais um dos vários processos que a Meta tem enfrentado recentemente, relacionados ao uso de materiais protegidos por direitos autorais no desenvolvimento de suas tecnologias de IA. Um dos casos mais conhecidos envolve a atriz e escritora Sarah Silverman, que entrou com uma ação no ano passado acusando a companhia de usar suas obras literárias sem permissão.
Silverman afirma que a Meta, assim como a OpenAI, vem utilizando grandes quantidades de conteúdo protegido por copyright para treinar seus modelos de IA, e busca também uma indenização pelo uso não autorizado. As empresas, por sua vez, têm defendido que o uso desses materiais se enquadra na prática de “uso justo”, uma justificativa legal que permite o uso de conteúdo em determinados contextos sem a necessidade de pagamento ou permissão, como em paródias ou comentários críticos.
Enquanto os processos se acumulam, a Meta e outras gigantes da tecnologia alertam que essas ações judiciais podem comprometer o progresso da indústria de IA. Argumentam que a coleta de grandes volumes de dados, como livros e outros materiais, é essencial para desenvolver tecnologias avançadas que possam beneficiar inúmeros setores.
Por outro lado, autores e criadores de conteúdo veem nessas práticas uma ameaça aos seus direitos e buscam garantir que sejam devidamente compensados pelo uso de suas obras. O desfecho dessas disputas jurídicas poderá determinar novos parâmetros para o uso de material protegido em treinamentos de IA, e o futuro das interações entre a indústria de tecnologia e os criadores de conteúdo.