Google Banca Pré-instalação do Gemini nos Samsung | Estratégia Bilionária Levanta Questionamentos
- Redação neonews
- há 4 dias
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Parceria entre as gigantes Google e Samsung envolve pagamentos mensais e comissões por uso do app, e pode transformar o ecossistema Android

(Foto: Divulgação)
O Google paga uma “enorme quantia em dinheiro” para manter o Gemini instalado por padrão em celulares da Samsung, segundo reportagem da Bloomberg. Em depoimento prestado nesta semana, o vice-presidente de parcerias de plataformas e dispositivos da empresa, Peter Fitzgerald, confirmou a existência do acordo com a fabricante sul-coreana para garantir a presença nativa do chatbot em seus aparelhos.
Embora os valores exatos não tenham sido revelados, sabe-se que o pagamento é feito mensalmente. A prática não é nova: por anos, o Google pagou bilhões à Apple para manter seu buscador como padrão no Safari, navegador dos iPhones. Essa estratégia já foi alvo de investigações regulatórias e chegou ao centro de um processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ).
Hoje, o Google Assistente ainda é o assistente padrão em dispositivos Android com os serviços da empresa, mas está sendo gradualmente substituído pelo Gemini — ferramenta baseada em modelos de linguagem (LLMs). Em geral, essa migração exige o consentimento do usuário.
No entanto, no Galaxy S25, o Gemini já vem instalado de forma nativa e é a opção padrão. Ao pressionar e segurar o botão de energia, é ele que é acionado — substituindo inclusive a Bixby, assistente virtual da própria Samsung.
Segundo o executivo da gigante, o acordo entre Google e Samsung começou em janeiro de 2025 e teria vigência de pelo menos dois anos. Nele, o Google se compromete a pagar por cada dispositivo com o Gemini pré-instalado. Além disso, a Samsung também recebe comissões por interações com os anúncios exibidos dentro do app.
Segundo um advogado do DOJ, os valores pagos mensalmente são “quantias enormes” em dinheiro.
De acordo com slides internos obtidos pelo site The Information, o Google também considera atualizar os termos de licenciamento do Android. Nesse novo modelo, marcas interessadas em usar o sistema com os serviços Google teriam que aceitar a pré-instalação obrigatória do Gemini, do buscador e do navegador Chrome.
Se confirmada, a mudança pode acirrar ainda mais o debate regulatório sobre práticas anticoncorrenciais no setor de tecnologia — além de consolidar a presença do Gemini como o novo rosto da inteligência artificial no universo Android.