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Crônica #113 | Música & Sons & Ruídos.

Frequências em vibrações: da cura à destruição.


capa da crônica #113 | Música & Sons & Ruídos.
Crônica

O que você encontrará nesta crônica:


"O que as músicas nos reservam? Estamos sempre expostos, achando tudo inofensivo, sem sequer questionar. Hoje temos acesso a milhares de tipos de músicas e notícias. Sem perceber, nos tornamos viciados no ruído, incapazes de suportar o silêncio. Não associamos o cansaço a esse emaranhado de sons. Já se sentiu exausto após muito barulho ou revigorado ao alimentar o cérebro com músicas de frequências nobres? Como isso afeta nossa saúde? Talvez seja hora de despertar para essa presença invisível e perceber que o som, em todas as suas formas, pode tanto nutrir quanto desgastar nosso organismo."

 

I. A pequena orquestra.


Atravessamos a robusta e histórica Ponte das Correntes sobre o majestoso rio Danúbio e caminhávamos por um de nossos belos destinos: Budapeste. Nossos olhos, ávidos, tentavam absorver cada detalhe da cidade que nos recebia com sua imponente arquitetura.

 

Já próximo à margem do Danúbio, além dos olhos, senti meus ouvidos serem sequestrados por uma melodia clássica. Uma sinfonia antiga, quase abafada pelo ruído dos veículos, mas inconfundível: Mozart, com a Sinfonia No. 40, envolvia o ar com sua comovente expressão. Impulsionados pela natural curiosidade, seguimos o som, atravessamos uma estreita rua e nos deparamos com uma discreta igreja, de portas entreabertas, de onde a música se espalhava para a redondeza.

 

Senti como se aquela igreja fosse uma cápsula de outro tempo, imersa no turbilhão moderno de Budapeste. A arquitetura da igreja me impressionou profundamente. Lá dentro, uma pequena orquestra filarmônica, composta por músicos de diferentes idades, estava imersa na execução da peça. A sensação, por alguns breves momentos, era a de ter sido transportado pelo som; sentia a arte e a cidade dançando juntas em uma perfeita harmonia. Que belíssima sensação!

 

Em silêncio, deixei minha mente navegar pelo universo da música. Perguntava-me como Mozart teria composto tamanha beleza. O que ele teria sentido ao criar uma obra tão sublime? Não há linha do tempo capaz de aprisionar uma boa música, tornando-a verdadeiramente atemporal.

 

Seria a música uma linguagem da alma? Através de suas sinfonias e canções, somos tocados de maneiras profundas: somos inspirados, cativados e até mesmo hipnotizados. Rimos, choramos e experimentamos sensações de transcendência, tudo isso apenas ouvindo-a.

 

Envoltos naquela atmosfera, em um estado ainda de muita plenitude, caminhávamos sem pressa, como se o tempo se dobrasse ao ritmo de nossas lembranças. Conversávamos com entusiasmo sobre os muitos momentos marcantes que a música trouxe às nossas vidas. Um sorriso nos olhos nos deslocou, revelando a alegria daquele dia de audição musical de nossas filhas. Cada uma, cada qual em sua apresentação, marcou o palco com algo único e de muita beleza. As duas, com posturas tranquilas, fizeram o imponente piano de cauda ora cantar com suavidade, ora tirar de suas teclas notas cheias de energia.

 

O tempo pareceu suspender-se por alguns minutos. Sentamo-nos em uma praça, como que para sentir a emoção com que cada som havia carregado nossas lembranças. Não foram apenas audições, e sim verdadeiros encontros com nossas almas. Momentos em que a música deixou de ser apenas ouvida para ser profundamente sentida. E ainda hoje ecoa como um acorde perfeito, que nunca se apaga em nossas memórias. Simplesmente inesquecível!


 

Il. O “Efeito Mozart ”.


A música exerce um poder profundo sobre quem a ouve e quem a executa.


Pitágoras, o antigo filósofo grego, já observava e ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias criavam reações definidas no organismo humano. As sensações de bem-estar com a aplicação da música já eram consideradas, naquela época, como algo eficiente. Ele demonstrou que a sequência correta de sons, quando tocada musicalmente em um instrumento, podia mudar padrões de comportamento e até acelerar processos de cura.

 

As atividades musicais nas escolas são essenciais para a formação integral do ser, pois abrem canais sensoriais, facilitam a expressão emocional e ampliam a cultura. Além de melhorar a concentração e o desempenho, a música impacta positivamente na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades linguísticas, tornando o processo mais ágil e prazeroso.

 

O aumento do raciocínio humano provocado pela música foi chamado de Efeito Mozart”. O treinamento musical e a exposição prolongada à música agradável estimulam a produção de substâncias cerebrais associadas a situações de desafio e crescimento.

 

O som, que é uma vibração percebida por nós como ondas audíveis, emite diferentes e determinadas frequências. A música, por sua vez, é criada a partir dessas frequências de áudio, organizadas em padrões específicos que formam sua harmonia, melodia e ritmo.

 

Cada música emite uma frequência específica que pode influenciar nosso estado de espírito e bem-estar de formas variadas. Composta por ondas invisíveis que parecem tocar o ar, ela ajusta nosso cérebro, alinhando-nos à sua própria vibração e interferindo em nossa frequência. A sua vibração, sem esforço, invade cada canto do corpo e da mente, por inteiro, de forma simples e automática, integrando-se com a nossa essência naquele exato momento. Seus padrões vibratórios têm a capacidade de sintonizar nossas emoções, tornando-se uma trilha que nos leva a nos conectar com nossa natureza e nossos sentimentos.

 

Por isso, seu poder é imenso e profundamente significativo em nossas vidas, tanto para o lado bom quanto para o seu oposto, pois ela não escolhe lados. Equilíbrio e relaxamento podem ser promovidos por músicas com frequências suaves e harmoniosas. Por outro lado, estresse e desconforto podem ser causados por frequências dissonantes ou perturbadoras. Tanto pode nos levar ao êxtase quanto despertar o que há de mais profundo e perturbador; por isso, jamais deve ser desprezada sua influência. Somos afetados, portanto, em nossa saúde mental. Quando compreendemos essa relação, podemos conscientemente escolher a música que melhor harmoniza com nossas necessidades e emoções.

 

Em sua obra A República, Platão afirmava que certos tipos de música podiam promover a virtude e a harmonia interior, enquanto outros poderiam corromper o espírito, fomentando a desordem.


 

lll. Frequências em vibrações.


Hoje, por meio de neuroimagens, sabemos, de forma comprovada, os benefícios e seus efeitos em nossa mente. De maneira imediata e instintiva, somos conectados aos sons em

padrões rítmicos. Poucos conhecem, no entanto, o verdadeiro poder que as frequências sonoras possuem, podendo ser usadas tanto como arma quanto como elemento de cura.

 

Elas afetam diretamente o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea, podendo provocar arrepios, relaxar e até nos encorajar a realizar grandes esforços. Todo o nosso cérebro é ativado quando ouvimos música. Estar atentos às forças que puxam nossa consciência para vibrações mais grosseiras e densas nos afasta da ilusão de impunidade, pois toda ação tem sua reação correspondente. Afinal, a evolução está no aumento da frequência vibratória, um processo de vibrar em sintonia com energias cada vez mais sutis, nobres, celestiais e espirituais.

 

Você já se perguntou por que gosta de certas músicas? Qual é o tipo de música da sua preferência? Essas músicas, silenciosas em sua chegada, com o poder sutil de se infiltrar em nossos poros, parecem conhecer todos os segredos de nossas emoções. Sem pedir licença, de repente, elas se tornam eternas. Fazem-nos deslocar de imediato para aqueles momentos esquecidos de felicidade, tristeza e paz, e também nos levam aos cantos mais sombrios da alma. Elas estão ali, inseridas e presentes em praticamente todas as páginas de nossas vidas, sempre prontas para nos acompanhar.

 

As descobertas da ciência moderna confirmam o que místicos e sábios de diversas culturas sempre souberam: a música é uma ferramenta poderosa para a harmonização, cura e expansão da consciência humana em sintonia com a criação.

 

A musicoterapia, como técnica psicoterapêutica, estimula conexões cerebrais e promove mudanças comportamentais significativas, fazendo uso da linguagem musical e de seus elementos, além de instrumentos com fins terapêuticos. No resgate de experiências pessoais, fortalece aspectos saudáveis da personalidade, contribuindo para a melhoria dos relacionamentos internos e externos.

 

Algumas frequências são consideradas especiais e têm efeitos tremendos. Elas são matematicamente afinadas e estão mais alinhadas com os padrões da natureza. Conhecidas como o “tom dos milagres”, essas frequências estão associadas a músicas celestiais, capazes de criar vibrações curativas para a mente, o corpo e o espírito. Grandes compositores como Bach, Mozart e Chopin usaram originalmente essa frequência em suas composições, mas muitas foram posteriormente alteradas para uma frequência que não ressoa com o corpo humano e que não ocorre naturalmente na natureza.

 

Entramos numa rua diferente e acolhedora, dessas que convidam à descoberta. O ambiente tinha um charme peculiar, e ali decidimos experimentar a comida local. Em meio a um aroma suave que preenchia o ar, o som dos copos e talheres batendo de leve nas mesas, misturado à música ambiente e às conversas, fazia parte de uma harmonia quase imperceptível.  Entre essas notas silenciosas, uma criança corria e ria ao redor, completando o cenário com uma alegria despreocupada. E então, nossas mentes inquietas começaram a sussurrar perguntas que talvez sempre tenham estado ali, aguardando para serem ouvidas: quantos de nós realmente percebemos o universo de sons que nos envolvem? Música, ruídos, vibrações – tudo isso que compõe o pano de fundo de todos os momentos de nossos dias?

 

Será que realmente estamos conscientes e atentos do que permitimos entrar em nossas vidas? Somos vigilantes diante dessas ondas invisíveis que, silenciosamente, moldam nossos pensamentos e até influenciam nossa saúde? Ou nos tornamos apenas observadores passivos, absorvendo sem discernimento aquilo que ressoa ao nosso redor? Talvez já seja tempo de despertar para essa presença incessante, de reconhecer que o som – esse arquiteto invisível que atua à sombra de nossa percepção – constrói, dia após dia, as estruturas sutis de nossas vidas. Cabe a nós, afinal, decidir se permanecemos adormecidos ou se despertamos os ouvidos para uma escuta consciente, registrando, finalmente, o papel crucial desse companheiro silencioso.

 

O ambiente ao nosso redor era repleto de plantas e flores, quebrando a monotonia dos espaços comuns. Ali, havia uma vibração sutil e diferente que nos fazia lembrar de algo essencial: que, por mais imperceptível que seja, tudo em nossa dimensão emite uma frequência, uma vibração. Muitas dessas vibrações são tão sutis que passam despercebidas, confundindo-se com o próprio ar que respiramos.

 

Tudo o que vibra ao nosso redor emite uma espécie de som inaudível para os nossos ouvidos comuns. Se tivéssemos a capacidade de captar todas as frequências e intensidades sonoras, talvez ouvíssemos uma sinfonia secreta: a música daquelas plantas, daquelas flores, que se estenderia pelos campos, subindo pelas montanhas, até alcançar o canto do céu e das estrelas, e então, quem sabe, até mesmo a sinfonia do cosmos. Uma orquestra invisível e silenciosa aos nossos ouvidos comuns, mas sempre presente.

 

E, assim, de forma quase imperceptível, nós nos abriríamos para algo bem maior: a integração cósmica, esse entendimento profundo de que somos parte de uma harmonia superior, que nossa essência ecoa nas estrelas, vibra e ressoa em cada detalhe de toda a criação. Tal qual uma melodia sutil, em que cada som, cada frequência, nos desperta para a sinfonia incessante que permeia este sublime e vasto universo.


 


 

Esta é uma obra editada sob aspectos do cotidiano, retratando questões comuns do nosso dia a dia. A crônica não tem como objetivo trazer verdades absolutas, e sim reflexões para nossas questões humanas.

 

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