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Crítica | Hellboy e o Homem Torto: Um Retorno às Raízes do Horror

Nova adaptação de Hellboy entrega um filme fiel aos quadrinhos, resgatando o terror e o folk horror em uma produção simples, mas eficaz


Nova adaptação de Hellboy entrega um filme fiel aos quadrinhos, resgatando o terror e o folk horror em uma produção simples, mas eficaz
Hellboy e o Homem Torto

(Foto: Divulgação)


Desde o lançamento do primeiro trailer, Hellboy e o Homem Torto causou uma divisão entre os fãs, com muitos apontando para seu visual “feito por fãs” como um possível ponto negativo. No entanto, ao assistir ao filme, essa impressão se revela mais como um elogio do que uma crítica. Com um orçamento de US$ 20 milhões, uma fração do que as adaptações anteriores de Hellboy custaram, esta nova versão traz algo que faltava em seus antecessores: fidelidade ao espírito original dos quadrinhos de Mike Mignola.


Dirigido por Brian Taylor, que co-assina o roteiro com Mignola e Christopher Golden, o filme foge das fórmulas de superproduções apocalípticas que marcaram os filmes anteriores do anti-herói. Em vez disso, Hellboy e o Homem Torto é uma história contida de horror, focada nos terrores de um pequeno vilarejo e nos demônios pessoais dos personagens. Essa escolha de manter a narrativa mais intimista é refrescante, e se alinha perfeitamente com o tom dos quadrinhos que inspiraram a produção.


A trama segue Hellboy, vivido por Jack Kesy, e a parapsicóloga Bobbie Jo (Adeline Rudolph), que se deparam com um vilarejo tomado por bruxas e um espírito maligno, o Homem Torto, interpretado com uma presença ameaçadora que se equilibra entre o grotesco e o fascinante. O filme se desenrola como uma jornada de autodescoberta para Hellboy, ao mesmo tempo em que aprofunda a relação de Bobbie Jo com a feitiçaria. Embora o destino do mundo não esteja em jogo, o que está em risco são as almas dos moradores do vilarejo, o que traz uma sensação de urgência e peso à narrativa.


Taylor dirige o filme com uma compreensão clara dos elementos do folk horror, utilizando a ambientação rural para criar uma atmosfera sufocante e sombria. A cinematografia de Ivan Vatsov contribui para esse clima com enquadramentos que aproximam o espectador dos personagens, enquanto a montagem precisa de Ryan Denmark mantém o ritmo constante, sem apressar o desenvolvimento da história. A trilha sonora de Sven Faulconer adiciona uma camada de tensão, pontuando os momentos de maior suspense com uma intrusão sonora que aumenta o desconforto.


O elenco é outro ponto alto da produção. Joseph Marcell se destaca como um pastor cego que se transforma em combatente de demônios, enquanto Leah McNamara brilha como uma bruxa que desafia os estereótipos do gênero. Jack Kesy, por sua vez, traz ao Hellboy uma vulnerabilidade e um humor sombrio que o torna mais humano e identificável. É um Hellboy mais próximo dos quadrinhos, menos preocupado em ser um herói e mais em lidar com seus próprios demônios.


No entanto, o filme não é perfeito. A sequência climática em uma casa mal-assombrada se alonga um pouco mais do que deveria, o que pode cansar alguns espectadores. Ainda assim, Hellboy e o Homem Torto consegue deixar um gostinho de “quero mais”, mostrando que menos pode ser mais quando se trata de adaptação de quadrinhos para o cinema. A produção é simples, mas nunca estúpida, e sua abordagem direta ao horror é exatamente o que os fãs do material original pediram por anos.


Em suma, Hellboy e o Homem Torto é uma adaptação que pode não agradar a todos, mas que entrega exatamente o que os fãs de Mike Mignola sempre desejaram: uma história de terror fiel, envolvente e que respeita suas raízes. Se há insatisfação agora, é um sinal de que o que os fãs realmente pediam era algo que só perceberiam ao ver.


 

Ficha técnica


Nome: Hellboy e o Homem Torto

Onde assistir: Cinema

Categoria: Terror/Ação

Duração: 1h 39min

Nota 4/5


 

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