Uso de inteligência artificial na campanha reacende debate sobre criatividade e tradição
(Foto: Divulgação)
Quando o Natal se aproxima, as tradições se manifestam em detalhes familiares: decorações iluminadas, a predominância do vermelho nas vitrines e, claro, os icônicos comerciais natalinos da Coca-Cola. Este ano, no entanto, a gigante dos refrigerantes decidiu inovar, apostando na tecnologia da inteligência artificial generativa para recriar um de seus anúncios mais emblemáticos.
A campanha de 2024 presta homenagem à clássica “Holidays Are Coming”, de 1995. Produzida em parceria com os estúdios de IA Secret Level, Silverside AI e Wild Card, a iniciativa mistura nostalgia e inovação. Apesar disso, a escolha dividiu o público.
“Existem tradições natalinas que viraram quase universais. O Papai Noel, por exemplo. Um senhor que veste aquela roupa quente e gorro funciona no imaginário de quem mora no Hemisfério Norte, sobretudo nos lugares onde neva nessa época do ano.”
Mesmo sem neve no Brasil e enfrentando altas temperaturas em dezembro, os comerciais natalinos da Coca-Cola são parte do imaginário popular, trazendo elementos como ursos polares e renas. Porém, ao recorrer à IA, a empresa enfrentou críticas nas redes sociais, onde usuários expressaram que a campanha “estragou o espírito natalino”.
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Entre os detratores, artistas e publicitários se manifestaram. Alex Hirsch, criador da série Gravity Falls, foi uma das vozes mais críticas, acusando a marca de abandonar a essência criativa humana em favor da automação.
Apesar das reações negativas, a Coca-Cola defendeu sua abordagem:“A Coca-Cola Company celebra uma longa história de captura da magia dos feriados de fim de ano em conteúdo, filme, eventos e ativações de varejo há décadas em todo o mundo”, afirmou em comunicado.
A marca destacou que a campanha é fruto de uma colaboração entre “contadores de histórias humanos e o poder da IA generativa”, reafirmando o compromisso de explorar a interseção entre criatividade e tecnologia.
Enquanto alguns questionam o impacto da inteligência artificial na publicidade, é inegável que ela veio para ficar. A aposta da Coca-Cola demonstra como a tecnologia pode reformular tradições, mas também aponta para os desafios éticos e criativos que surgem nesse processo.